sexta-feira, 13 de novembro de 2009

TIAGO E PAULO (FÉ E OBRAS)

E notória a confusão que há no tocante à relação entre fé e obras em Paulo e Tiago. Todavia esse ponto de vistas de que as posturas deles parecem inconciliáveis desaparecerá a medida que comparamos outros escritos de Paulo com a epistola de Tiago, como por exemplo, Gálatas 5.6, onde é possível observar que a teologia paulina centrada na justificação pela fé não despreza a prática da mesma. Muito pelo contrário, exorta os cristãos dessas comunidades a viver o amor, que nada mais é que a caridade pedida por Tiago.
Partindo desse pressuposto, não existe um abismo entre a afirmação: a fé sem obras é morta, em Tiago 2.26 e a de Gálatas 5.6, onde a única coisa quer importa é a fé que opera pelo amor. Tiago permanece na linha paulina ao apelar para Abrão, pai dos crentes, e não a Moisés. Pois a fé concorreu para as suas obras e pelas obras e que a fé se realizou plenamente. Percebe-se, então, que a diferença entre Paulo e Tiago diminuirá bastante se compreendermos que Paulo enfatiza mais a justificação do homem pecador, enquanto Tiago acentua a vida do justificado e a sua perseverança na graça.
Observa-se também que Tiago faz uma escolha radical pelos pobres e oprimidos, a ponto de não apenas acusar os ricos pela situação em que os pobres se encontram. Ele aponta uma vantagem em ser pobre, pois, para ele, existe uma grade relação entre a pobreza e o ser cristão, tendo em vista que Deus escolheu os pobres deste mundo para serem ricos na fé e herdeiros do reino.
Em Tiago a salvação é resultado da pratica dos ensinamentos aprendidos, como: não julgar o irmão, não se ver como senhor do seu futuro, orar pelo outro, tirar o semelhante do seu mau caminho, etc.
Percebe-se, assim, que as diferenças presentes entre Paulo e Tiago são fruto do contexto em que os mesmos estavam inseridos, pois, ao que tudo indica, Tiago tenta corrigir um erro de interpretação de sua comunidade em ralação aos escritos de Paulo.

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